quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

SP: Técnicas de Ilustração - 11 - Cris Eich




Tudo começa na leitura do texto, claro, imediatamente, vem o estudo do traço e criação das personagens da história.

Uma boa leitura requer alguma paz para ser feita, as vezes silêncio, noutras uma trilha sonora adequada ao tema e que ajude no exercício de chegada a outros mundos. Para ilustrar contos de fadas,por exemplo,gosto de ouvir peças de ancient music ou qualquer tema que a estrutura e sonoridade me remeta a esses tempos, tempos futuros ou outros fantásticos e imaginários.

Pesquisa iconográfica, quando necessário. Agora o mergulho é completo e a história começa a funcionar sozinha, as imagens brotam no papel e começam a tomar corpo.
Li numa entrevista de Lisbeth Zwerger (de quem sou fã incondicional) que as primeiras imagens devem ser descartadas, que são sempre óbvias e que por isso devem ser retrabalhadas. Uma opinião importante a ser considerada, mesmo que eu não a siga o tempo todo.

Primeiro o desenho da página, respeitando a pré-diagramação do projeto gráfico.
Tenho o hábito de fazer um estudo de cores no computador: como a aquarela não permite erros (os prazos não esperam) já verifico se a composição de cores que tenho em mente irá funcionar ou não.

Agora o prazer: a gotad'água sobre o papel.
A aquarela é uma estrutura em duas dimensões: precisa de prévio planejamento de quais áreas deverão ser pintadas primeiro,quais receberão camadas de transparência e quais outras terão apenas uma cor.
Atencão tem que ser total aqui, porque existe a imprevisibilidade do meio tinta e papel. Reações inesperadas são frequentes e, como a aquarela não permite refações, a imperfeição é uma constante e tento usá-la a meu favor, colaborando para chegar a uma arte atraente.
O resto é deixar que a gota d'água flua =)









Cris Eich é ilustradora associada da AEILIJ SP


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SP: Um livro do qual gostei muito - Mundo pelo contrário



MUNDO PELO CONTRÁRIO
(comentários de Fabia Terni)

Texto de Regina Sormani com ilustrações de Gilberto Marchi.

História bem bolada contada em dois planos: o real e o imaginário. Essa técnica moderna, utilizada hoje também no cinema, estimula o espectador/leitor a raciocinar mais.

Mundo Pelo Contrário contém muitos dos temas caros aos jovens entre 13 e 16 anos, i.e. muita ação, suspense, Taekwondo, cena de horror, amizade, e uma pontinha de amor. O celular e a TV sempre presentes, também dão o tom para atrair os adolescentes.

Regina inova palavras, trocando letras ou rimas (pamonha por champanha) dando à história uma característica lúdica, e bem humorada. Os nomes das personagens também contribuem para isso. (Sumô, Bocó, Vaguinho e Pum letal).

A história é bem conduzida através de muito diálogo, o que sempre agrada os jovens tanto por encurtá-la , como também por facilitar sua compreensão.

O livro ainda oferece mais um trunfo: dois finais, um real e outro imaginário mantendo-se coerente com sua proposta inicial.

Fabia Terni – escritora associada da AEILIJ SP