Sexta-feira, 01 de Agosto de 2008
O Vice-Versa é um bate-papo entre dois escritores, ilustradores e ou profissionais da área de literatura, com perguntas e respostas. Foi criado por Regina Sormani e lançado neste blog pela AEI-LIJ SP.
Em agosto, vice-versa com as escritoras Regina Sormani e Eliana Martins
Regina
Eliana
Regina entrevista Eliana
1- R S: Eliana, no seu livro" Do outro lado do arco-íris" edições Paulinas, você homenageia o Bexiga, bairro do coração. O Bexiga, ou Bela Vista, famoso por abrigar imigrantes italianos, casa da escola de samba campeã, Vai-Vai, célebre por suas cantinas e teatros...O quê, na sua opinião falta ao Bexiga para se desenvolver culturalmente?
E M: Falta, no Bexiga, justamente cultura. O bairro tem todos os apelos culturais para receber as pessoas. Mas, as que vivem lá, não fazem a menor idéia das coisas que as cercam. Dessa forma, por todo lado, há paredes pichadas, lixo nas ruas e falta de segurança, o que muitas vezes espanta o turista. Continuo, no entanto, fã de carteirinha e orgulhosa de ser "bexiguenta".
2- R S: Querida colega, já me perguntaram, algumas vezes, qual a diferença ou semelhança entre aqueles leitores de Monteiro Lobato, de anos atrás e os de agora, século XXI. Estou devolvendo a você essa pergunta.
E M: Há pouco tempo dei uma oficina sobre a obra de Lobato e esse assunto veio à tona. Chegamos à conclusão que a magia de Lobato continua conquistando os leitores mirins da mesma forma, porque a criança de ontem e de hoje precisa de fantasia. Apesar da internet, dos video-games, de todo o apelo televisivo, é preciso fantasiar.
3- R S: Eliana, fale um pouco sobre seus projetos para o próximo ano.
E M: Bem, Regina, como escritora que é, você sabe que das nossas cabeças transbordam projetos. O que nem sempre transborda são portas abertas para eles ( risos) Tenho dois livros juvenis para o próximo ano, com data de entrega, mas, quero escrever poesia infantil que adoro e não faço há muito tempo.
4- R S: Vamos chamar esta quarta e última pergunta de "boca no trombone". Deixe aqui um elogio, uma reclamação, um desabafo. Não se esqueça de deixar, também seu site ou blog. Obrigada e muitos beijos.
E M: Elogio, deixo para a AEI-LIJ SP que graças a você, Edson Gabriel e "tchurma" vem se destacando dia a dia. Reclamação, faço dos preços do setor alimentício, afinal, em só de de literatura vivem os escritores. Só rindo mesmo. Quem achou espetaculares minhas respostas, visite meu site: www.segredo das pedras.com.br ou minha página no site da AEI-LIJ: http://www.aeilij.org.br/
Um beijo e um queijo pra você.
Eliana entrevista Regina
1- E M: Regina, no evento que fizemos em Moema, assisti a uma contação de história de um livro seu,"Bye, bye, amigo monstro" com encenação de bonecos. Qual dos dois te dá mais prazer: escrever a história ou vê-la encenada?
R S: Cada coisa a seu tempo. A encenação completa o texto, estimula o pequeno leitor a ler o livro. Já comentei e repito agora que, na época em que coordenei o projeto Teatro nas Escolas e Bijs, as crianças voltavam às bibliotecas para procurar o livro que havia sido encenado.
Isso, realmente, é muito prazeroso.
2- E M: Seu marido, o grande Gilberto Marchi ilustrou vários livros seus. Como vocês trabalham? Você escreve a história, o Gilberto reescreve em imagens ou vocês dois vão criando o universo da história juntos?
R S: O Marchi lê o texto para captar o espírito da história . Depois, discutimos os detalhes , técnica, estilo, se haverá colagens ou só trabalho digital. Aí, eu fico por ali, rondando e palpitando, até as ilustrações ficarem prontas.
3- E M: Soube que você descende de uma família de condes italianos que anualmente se reúne para um almoço. Soube, também, que na Itália tem uma bibliuoteca com o nome da sua família. Conte alguns detalhes dessa família tão bacana e importante.
R S: Só você mesmo para me fazer falar sobre esse assunto. Enfim, os condes Sormani moravam, há muuuuito tempo atrás, num palácio que ainda existe em Milão. Hoje, esse palácio abriga a belíssima Biblioteca Sormani, com um acervo imenso. Durante o mês de julho, acontece o evento Sormaniday, na cidadezinha de Sormano que tem cerca de 700 habitantes e nessa data se prepara para receber parentes e amigos de todo o mundo.
4- E M: Regina, para quem você tiraria o chapéu e de quem ou do quê reclamaria? Obrigada pela ótima entrevista.
R S: Bom, se eu usasse chapéu, tiraria para meus filhos Daniel que é cantor lírico e Raquel, que é estilista e também pro meu marido, o Marchi, a quem você se referiu nesta entrevista. Faria, por outro lado, uma "boca no trombone" contra a revista Bravo, da Abril que está promovendo um concurso "cultural" de ilustração. O ganhador, terá seu trabalho publicado, sem nada receber e
a editora poderá alterar a imagem, sem que o autor possa reclamar de nada. É a maior falta de respeito, vamos nos mobilizar contra esses abusos!
Eliana querida, gostei muito desse nosso vice-versa. Vamos aguardar o próximo. Quem quiser mais informações sobre meus livros e projetos, acesse o blog:
Abraço grande da
Regina Sormani
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