Meus caros,
Marilza Conceição comenta o livro de Adélia Prado: Quando eu era pequena.
Agradeço a participação.
Um beijo,
Regina Sormani
O meu livro preferido, no momento, chama-se "Quando eu era pequena", de Adélia Prado editora Record. Apesar de ser classificado como literatura infanto-juvenil, não são somente crianças que gostam de linguagem poética, que pode ser lida por todas as idades. Adélia está estreando na escrita de literatura infanto-juvenil e escreve com maestria. A personagem principal, Carmela, faz desconfiar que se trata de memórias e nem tanto de invenção literária. As ilustrações de Elisabeth Teixeira são primorosas e remetem ao romantismo do texto. Na história, são relatadas as dificuldades financeiras da família durante a Segunda Guerra Mundial, as roupas que passavam da irmã mais velha para a menor, a oração nos dias de chuva e as poesias declamadas para as visitas.
E foi isto que me tocou profundamente. Daí, imediatamente, lembrei-me da minha infância. Quando chegavam visitas em casa, meu pai me chamava:
— "Marilza, venha cantar”!
E ele, ao violão, dedilhava acordes que eu acompanhava no tom certo. Canto ensaiado em domingos de manhã.
Com sua escrita despojada, Adélia alinhava os detalhes dos acontecimentos, em um tom que fica mais autobiográfico e emocionado ao longo do livro. Na última página, dá a deixa quando relata aquilo que se pode considerar um postscriptum: “Em um livro não cabe tudo. Não falei de minhas brigas com Alberto nem das brincadeiras com meu primo Benedito. Quem sabe posso escrever outro para contar esta parte?”.
E eu, fã emocionada, adorei!
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