quarta-feira, 29 de maio de 2013

SP: 10 motivos para ler todos os dias

Saiu na Revista do Observatório do Livro e da Leitura de 29 de maio de 2013.

Dez motivos pelos quais você deveria ler todos os dias

Uma das práticas que os jovens consideram mais entediantes é a leitura. Não é raro ouvir reclamações sobre a obrigatoriedade da leitura, mesmo que algumas histórias surpreendam por atrair o interesse. Contudo, estabelecer o hábito da leitura pode trazer diversos benefícios para a vida, tanto no mundo acadêmico quanto na carreira. Confira a seguir 10 motivos pelos quais você deveria ler todos os dias:

1. Estímulo mental
O cérebro necessita treinamento para se manter forte e saudável e a leitura é uma ótima maneira de estimular a mente e mantê-la ativa. Além disso, estudos mostram que os estímulos mentais desaceleram o progresso de doenças como demência e Alzheimer.

2. Redução do estresse
Quando você se insere em uma nova história diferente da sua, os níveis de estresse que você viveu no dia são diminuídos radicalmente. Uma história bem escrita pode transportá-lo para uma nova realidade, o que vai distraí-lo dos problemas do momento.

3. Aumento do conhecimento
Tudo o que você lê é enviado para o seu cérebro com uma etiqueta de “novas informações”. Mesmo que elas não pareçam tão essenciais para você agora, em algum momento elas podem ajudá-lo, como em uma entrevista de emprego ou mesmo durante um debate em sala de aula.

4. Expansão de vocabulário
A leitura expõe você a novas palavras que inevitavelmente elas serão incluídas no seu vocabulário. Conhecer um número grande de palavras é importante porque permite que você seja mais articulado em seus discursos, de maneira que até mesmo a sua confiança será impulsionada.

5. Desenvolvimento da memória
Quando você lê um livro (especialmente os grandes) precisa se lembrar de todos os personagens, seus pontos de vista, o contexto em que cada um está inserido e todos os desvios que a história sofreu. A boa notícia é que você pode utilizar isso a seu favor, fazendo dos livros um treino para a sua memória. Guardar essa quantidade de informações faz com que você esteja mais apto para se lembrar de eventos cotidianos.

6. Habilidade de pensamento crítico
Já leu um livro que prometia um mistério confuso e acabou por desvendá-lo antes mesmo do meio da história? Isso mostra a sua agilidade de pensamento e suas habilidades de pensamento crítico. Esse tipo de talento também é desenvolvido por meio da leitura. Portanto, quanto mais você lê, mais aumenta sua habilidade de estabelecer conexões.

7. Aumento de foco e concentração
O mundo agitado de hoje faz com que sua atenção seja dividida em várias partes, de modo que manter-se concentrado em apenas uma tarefa torna-se um desafio. Contudo, livros com histórias envolventes são capazes de desligar você do mundo ao redor, fazendo com que sua atenção esteja inteiramente voltada para o que acontece na trama. Embora você não perceba, esse tipo de exercício ajuda você a se concentrar em outras ocasiões, como quando precisa finalizar um projeto urgente.

8. Habilidades de escrita
Esse tipo de habilidade anda lado a lado com a expansão do seu vocabulário. Assim como a leitura permite a você ser alguém mais articulado na fala, também vai ajuda-lo a colocar com mais clareza os seus pensamentos no papel. Isso vai dar a você a chance de produzir textos com mais qualidade, não apenas de vocabulário, como também correção gramatical e ideias mais ricas.

9. Tranquilidade
O fato de envolver você em uma história e livrá-lo do estresse cotidiano faz do livro uma ótima ferramenta para alcançar a paz interior. Nos momentos de estresse, procure se distrair do que acontece com uma história que atrai seu interesse. Isso vai acalmá-lo e ajudá-lo a melhorar seu humor.

10. Entretenimento a baixo custo
Muitas pessoas acreditam que o conceito de diversão está diretamente ligado aos altos custos de uma viagem ou mesmo de uma festa. Contudo, se você encontrar um livro que chame a sua atenção, poderá viajar sem sair da sua casa.

Postado por Regina Sormani às 05:56

NE: Talento pernambucano: André Neves receberá o Troféu Monteiro Lobato


O escritor e ilustrador pernambucano André Neves foi o vencedor da edição 2013 do Troféu Monteiro Lobato de Literatura Infantil, promovido anualmente pela revista Crescer.


Nesta mesma edição, são apresentados os 30 melhores livros de LIJ do ano de 2013 na escolha dos jurados da Revista Crescer. A relação completa desta lista pode ser acessada aqui.

Vale a pena conferir as duas matérias.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

RJ: D!scussões no 15º Salão FNILIJ

Vários autores associados estarão lançando seus livros no 15º Salão FNILIJ do livro para Crianças e Jovens que ocorre de 5 a 16 de junho, no Centro de Convenções Sul América.


A AEILIJ convida para mais um Discussões às 14 h, dia 8 de junho.Tema: O papel do autores da Palavra e da Imagem em eventos literários. Com a participação de Anielizabeth, Mariana Warth e Verônica Lessa. Mediação: Anna Claudia Ramos.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

SP: Colégio Miguel de Cervantes abre as portas ao público em Feira do Livro



O escritor Alexandre de Castro Gomes participará da 30ª Feira do Livro do Colégio Miguel de Cervantes, com entrevistas, dia 18/05, entre 10 e 11 horas.

Foto: Alex Gomes

Além do escritor Alexandre de Castro Gomes (Alex Gomes), serão entrevistados os autores Suppa, Eva Furnari, Cláudia Vasconcellos, André Neves, Guazelli, Rosana Rios, José Roberto Torero, Katia Canton, João Carrascoza, Toni Brandão, Antonio Skármeta, Reginaldo Pradi, Flávio de Souza, Cícero Sandroni, Luis Gê, Marina Colassanti, Luiz Ruffato, Beto Brant, Daniel Galera, Noemi Jaffe e Beatriz Bracher.

Haverá ainda exposições, contação de histórias, sessão de autógrafos, conferências, oficina e recital.

Fonte: Alex Gomes

Sábado, dia 18, a feira é aberta ao público em geral

Horário: das 9h às 17h

Para ver a programação é só clicar no: Colégio Miguel de Cervantes
Postado por Nireuda Longobardi às 22:01  

SP: Mitos ao redor do mundo, no Espaço de Leitura - Parque da Água Branca

No mês de maio o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e o Espaço de Leitura apresentam:

Mitos ao redor do mundo

Veja a programação:


Nireuda Longobardi ministrará a Oficina de ilustração com tecido - Varal de Histórias e os Mitos do Brasil

 

A oficina tem como objetivo despertar lembranças de histórias sobre mitos guardadas no fundo da memória. Os participantes contam uma história que conhecem, ou um personagem do folclore brasileiro. Após a contação, cada integrante vai desenvolver a ilustração da personagem escolhida com corte e colagem de retalhos de tecido. Para finalizar, os trabalhos serão expostos em um grande varal.

Sábado 18, e domingo 19, às 11 horas

Venha ouvir, contar e ilustrar histórias!

Local:
Espaço de Leitura
Parque da Água Branca
Rua Ministro de Godói, 180
Perdizes - São Paulo
Postado por Nireuda Longobardi às 21:28  

SP: Pé de meia literário (22)



Por uma Teoria dos Buracos 

Dia desses, conversando com leitores jovens, em uma escola, diante do respeito cauteloso que eles vinham mantendo pela figura do escritor ali presente, não sei porquê comecei a falar de uma certa Teoria dos Buracos. 
Pura bobagem. Mas o que é a vida senão um punhado de bobagens que cometemos procurando encontrar caminhos acertados? 
Comecei propondo, claro, como toda teoria que se preza, um princípio geral que sustentasse o fundamento da argumentação: a vida é uma sucessão de buracos. Começa em um vazio e acaba em um buraco cheio de terra (ou de cinzas). Entre esses, há um desfile imemorável de outros buracos. Lembrei alguns, entre risinhos maliciosos e olhares distraídos: a fome (buraco no estômago), a saudade (buraco do coração); a ignorância (buraco no cérebro); o riso (buraco na seriedade); a raiva (buraco da ruindade); o sono (buraco da consciência); a pergunta (buraco da compreensão), a resposta (buraco da pergunta), o ponto final (buraco da falta de assunto), a fotografia (buraco da lembrança), o silêncio (buraco da palavra). A lista é longa, muito longa, tão longa quanto a vida. 
Depois do princípio geral, disse que, como toda teoria, boa ou ruim, a Teoria dos Buracos tem lá algumas regras que garantem sua comprovação. E tratei logo de desfilar umas poucas dessas regras.
A primeira regra é que todo buraco existe em razão de uma necessidade. Um buraco para comer, dois buracos para ver, dois buracos para ouvir, um buraco para enterrar coisas, um buraco para o trem passar, um buraco para guardar a saudade, um buraco para tapar, um buraco para a ponte passar, um buraco para cobrir, um buraco para costurar... Não há buraco inútil. Outra regra, não menos importante do que a anterior, é que todo buraco tem uma textura, uma forma e uma beleza que lhe são peculiares. Há buracos grandes e pequenos, retos e redondos, nervosos e calmos. Há buracos rebeldes, que nunca querem companhia; há buracos pedintes que pedem insistentemente que sejam preenchidos. Há buracos exibidos tanto quanto há os buracos tímidos, escondidos, cheios de vergonha. Há buracos com mania de crise, todo tipo de crise. Os buracos nos conquistam. Os buracos têm lá sua beleza, nem sempre posta à mostra de imediato, mas que não resiste a uma busca meticulosa.Também pensei nessa formulação das regras da possível Teoria dos Buracos que todo buraco tem sua flexibilidade, permeabilidade e porosidade. Isso, os buracos têm de sobra. Que graça teria se os buracos fossem sempre os mesmos, sempre iguais, sempre monótonos. Buracos que se prezam são como os textos que lemos ou escrevemos: porosos, permeáveis, flexíveis. São armadilhas de formas e significados que se mostram, se abrem para nos receber, e depois nos envolvem e engolem. Nesse sentido, os buracos se parecem com uma oração: neles não certezas, só promessas.
Sem dúvida, não poderia deixar de apostar em uma regrinha simples, tão simples que sua simplicidade não a deixa ser esquecida ou desconsiderada: todo buraco tem uma existência própria, espaçada no tempo, e pode mudar sua forma, sua textura, sua beleza, sua flexibilidade e porosidade. O que um buraco foi ontem não será necessariamente amanhã. Talvez por isso, o buraco, qualquer que seja ele, se parece muito com o futuro: está sempre por ser feito. 
Por último, propositadamente deixada para o final, me lembrei que há uma regra fundamental nessa teoria, aquela que diz da razão da sua existência: um buraco só existe porque em sua essência, sua contrapartida, há uma busca constante pelo seu preenchimento. 
Bem... antes que me perguntem (ou pensem) que importância tem essa teoria quase inútil em nossa vida, nessa vida em que corremos o tempo todo atrás de coisas, objetos, sonhos, realizações, posses, contas bancárias, prêmios, figurar em listas, títulos, ideologias etc, me apresso em responder explicando: humanos que somos, passamos a vida toda procurando completar nossas lacunas e incompletudes. E aí, feito uma epifania atrasada, meio que encontro uma razão para a tentativa de criação da Teoria dos Buracos: a literatura é a matéria da criação humana que mais atende ao apelo dos buracos. É a literatura, entre todas as áreas do conhecimento humano, que parece ter sido concebida para satisfazer essa busca constante pelo preenchimento dos buracos. É com a literatura que se entra nos buracos, preenchendo-os e que enche de beleza essa forma seca de ser dos buracos. É pela literatura que navegamos nos buracos acomodando ou ampliando os seus limites, respondendo ou perguntado, esticando os olhares e moldando a audição em busca de compreensões. É a literatura que faz roteiros de viagens nunca antes feitas por sombras, espantos, descobertas, imagens, comparações. É a literatura que ativa a capacidade de criar, quando guardada em mentes dorminhocas, e a capacidade de tolerar o buraco maior de todos que é o sentido da vida. É a literatura, com seu jeito manso, mas intensamente explosivo, que arruma uma varinha de condão ou uns óculos de leitura capaz de permitir o entendimento da complexidade, da transparência, da rapidez, da fragilidade e da superficialidade da vida. 
E a literatura, por não ser sólida – e por essa razão não se desmancha no ar – anda à procura de parceiros de caminhada. Ela também às voltas com os seus buracos. 
Bem... fico feliz, se a esta altura da leitura ganhei mais um adepto da Teoria dos Buracos. Se não...sigo com os meus buracos e que a literatura me ajude. 

EDSON GABRIEL GARCIA 
Escritor e educador

quinta-feira, 16 de maio de 2013

RJ: Discussões AEILIJ na 5a. FLIST

No domingo, dia 5 de maio, o publico lotou o auditório para assistir mais um Discussões AEILIJ.
Sonia Rosa e Georgina Martins, mediadas por Sandra Ronca debateram o tema: Africa, nossas raízes.




SP: Lançamento de livro e homenagem à Nelly

LETRASELVAGEM & CASA DAS ROSAS convidam para o lançamento da obra “ESCRITORES BRASILEIROS DO SÉCULO XX – Um Testamento Crítico”, de Nelly Novaes Coelho -

Data: 29 de maio de 2013 (quarta-feira), às 19 horas.
Local: Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura). Av. Paulista, 37 (Metrô Brigadeiro) - São Paulo/SP - Brasil. Entrada franca.


HOMENAGEM

Na ocasião, IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO e CYRO DE MATTOS (representando os escritores brasileiros) FÁBIO LUCAS e BENJAMIN ABDALA JR (pelo setor acadêmico) proferirão homenagem à professora NELLY NOVAES COELHO, pela passagem de seus 91 anos de idade e 50 de docência universitária e exercício da crítica literária. 


O LIVRO

Escritores brasileiros do século XX, de Nelly Novaes Coelho (Professora Titular da USP – Universidade de São Paulo), é a suma de 50 anos de pesquisas, leituras e releituras de obras apresentadas em cursos universitários, no Brasil, Portugal e Estados Unidos da América.
Segundo a Autora, foi a “Sorte ou o Acaso” que puseram em seu caminho os 81 escritores reunidos e analisados neste livro. Ao lado dos mais conhecidos (Amado, Graciliano, Rosa, Mário, Oswald, Veríssimo, Ubaldo, Loyola...) aparecem nomes que a insensibilidade crítica e o desinteresse do “mercado” colocaram numa espécie de “limbo” (Cornélio Pena, Adonias Filho, Deonísio da Silva, Murilo Rubião, Victor Giudice, Campos de Carvalho, Gustavo Corção, Alcides Pinto...) e outros que o desinformado (ou defraudado?) “público” precisa conhecer (Vicente Cecim, Olavo Pereira, Agrippino de Paula, Fausto Antonio, Guilherme Dicke, Mora Fuentes, Haroldo Maranhão, Samuel Rawet, Nicodemos Sena, Augusto Ferraz, Rui Mourão, Cyro de Mattos, Alaor Barbosa...).
No testemunho desses escritores manifesta-se a crise de paradigmas que afeta uma sociedade cansada de si, de Deus, das ideologias... e de todas as velhas e arraigadas crenças – mas que, entretanto, não parece ter ficado mais livre e feliz no caos liberticida e materialista em que o “mundo novo” (moderno ou “pós-moderno”) a engolfou.
Escritores brasileiros do século XX é, como diz o subtítulo, o Testamento Crítico de uma intelectual que sempre pugnou em defesa da língua e da literatura brasílicas, e por meio do qual a autora entrega um legado de conhecimento e sensibilidade crítica à atual e às novas gerações de leitores deste nosso imenso – mas ainda inculto – país.

TATIANA BELINKY: “Livro fascinante, fruto de amplas e profundas pesquisas, estudos, leituras e, claro, ideias, conclusões, hipóteses e mesmo perguntas da sua ilustre autora – esta incrível Nelly Novaes Coelho. Ela, a querida e sempre admirada mestra Nelly, com as suas posturas ético-filosóficas, ‘antigas’, contemporâneas, modernas e até ‘pós-modernas’, bem fundamentadas e eruditas, sem deixarem de ser otimistas”

A AUTORA

Nelly Novaes Coelho nasceu na capital de São Paulo, em 17 de maio de 1922, pouco depois da Semana de Arte Moderna. Pertence ao tronco dos Novaes, um dos mais antigos do Vale do Paraíba. Paixões desde a infância: música e literatura. Faz os primeiros estudos no Externato São José e estudos de piano com professor particular. Adolescente, completa o curso de pianista no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde foi aluna de Mário de Andrade, em História da Música, pouco antes de ele se desligar do cargo de Professor Catedrático. Dedica-se intensamente aos estudos de piano; vence o Concurso “Maestro Cantú” (para aperfeiçoamento pianístico na Itália), mas a sonhada carreira de pianista frustrou-se, por circunstâncias adversas (o início da II Guerra Mundial/1939 impede os fundamentais estágios de estudo na Europa e, terminada a guerra, em 1945, os caminhos já eram outros).

“Nel mezzo del camin”, já casada e mãe, outro projeto surge: o de tornar-se Professora. Volta aos estudos: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (Rua Maria Antônia/SP), área de Letras Neo-Latinas (Licenciatura, 1959). Concluído seus estudos, colaborou com o Prof. Luiz Amador Sanchez, titular do Deptº de Literatura Espanhola e Hispano-Americana.
Em 1960, inicia a carreira de docente universitária, como professora-assistente do Prof. Antônio Soares Amora, área de Literatura Portuguesa.
Em 1961, acumula esse cargo com o de professora titular de Teoria da Literatura, na Faculdade de Letras de Marília (onde lecionava nos fins de semana). Segue a carreira universitária: doutora em Letras (USP, 1967), livre docência (USP, 1977). Professora-adjunta (USP, 1981) e professora titular de Literatura Portuguesa (USP, 1985).
Nesse período, inicia-se como crítica e ensaísta literária, colaborando no Suplemento Literário de “O Estado de São Paulo”. Especializa-se em Literatura Contemporânea (portuguesa e brasileira). No decorrer da carreira acadêmica, entrega-se à docência e à crítica, publicando em jornais e revistas do Brasil e do exterior.
Como intelectual atuante, desde 1961 participa de congressos e seminários nacionais e internacionais, apresentando comunicações, posteriormente publicadas nos Anais. Em decorrência dessa atividade, torna-se membro de várias instituições culturais: APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte (presidente em 1990); UBE-União Brasileira de Escritores de São Paulo; IHGSP-Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; Instituto Internacional de Literatura Ibero-Americano (Pennsylvania/USA); APC-Association pour La Pensée Complexe (convidada por Edgar Morin); Fulbright Alumini Association (Washington-USA); AEILIJ-Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil e membro-correspondente de várias Academias de Letras nacionais.
Em 1964, como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian/Lisboa, faz seu primeiro estágio de estudos em Portugal, em pesquisas para embasamento de sua futura tese de doutorado sobre Aquilino Ribeiro.
Em 1966, inicia a carreira de escritora, com a publicação de O ensino da literatura, obra destinada à formação de professores, na área da Literatura, e que propunha princípios teóricos e respectivas práticas analíticas, visando a introdução dos estudos literários, desde as primeiras séries escolares, conforme exigência da nova Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/1961.
A esse livro de estreia seguem-se novos títulos, conforme foram sendo exigidos pelo desdobrar da carreira universitária e intensa participação em congressos, colóquios e estágios de estudos ou docência, realizados no Brasil e no exterior.
Como docente e pesquisadora, em 1970 ministrou curso de Cultura e Literatura Brasileira, na Faculdade de Letras/Lisboa e, em 1979, na UCLA-California University/Los Angeles (bolsista da Fulbright Foundantion/USA). Em 1980, em face do novo boom de Literatura Infantil em expansão, criou na USP-Universidade de São Paulo/Área de Letras o curso Estudos Comparados de Literatura Infantil/Juvenil (diurno/noturno, graduação/pós-graduação). Foi uma das pioneiras como docente a trabalhar com a interdisciplinaridade. Ministrou vários cursos de especialização na USP a professores de Ensino Médio a partir da literatura.
Ao longo da carreira, exerceu vários cargos administrativos ou acadêmicos:chefe-suplente do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH/USP; vice-diretora do CEP-Centro de Estudos Portugueses/USP; membro fundador e presidente do CELIJU-Centro de Estudos de Literatura Infantil e Juvenil; diretora do CELAB-Centro de Estudos Luso-Afro-Brasileiros de LIJ; diretora da APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte (setor Literatura) e outros. Sua obra publicada abrange dezenas de livros sobre Literatura Contemporânea, Teoria Literária, Estratégias de Ensino e Educação. Destacam-se O ensino da literatura, 1966;Mário de Andrade para a nova geração, 1970; Escritores portugueses, 1973;Escritores portugueses do século XX/Lisboa, 2007; Literatura e linguagem, 1974; Guimarães Rosa, 1975; Literatura: arte, conhecimento e vida, 2000; A literatura infantil, 1980; Panorama histórico da literatura infantil/juvenil brasileira, 1982 e 2006; Dicionário crítico de escritoras brasileiras, 2002; O conto de fadas(Símbolos/Mitos/Arquétipos), 2003; Primeiro dicionário escolar, 2005, e outros. Dentre as antologias: Ética, solidariedade e complexidade (Edgar de Assis Carvalho, Maria da Conceição de Almeida, Nelly Novaes Coelho, Nelson Fiedler Ferrara, Edgar Morin. 1998); Edgar Morin religando fronteiras (Edgar Morin, André Baggio, Nelly Novaes Coelho, Humberto Mariotti, Mauro Maldonato. Org: Tania M. K Rosing e Nurimar Maria Falci. 2004). Sua produção abrange ainda várias centenas de artigos e ensaios sobre literatura contemporânea do Brasil e Portugal, publicados em jornais e revistas nacionais e do exterior.
Entre os prêmios e distinções recebidos, destacam-se: Prêmio Internacional
Bocage (Ministério da Educação e Cultura de Lisboa/1966); Prêmio Especial/Ensaio-APCA, 1983; Prêmio Jabuti-Ensaio/Câmara Brasileira do Livro, 1975; Medalha Clara Ramos/UBE-RJ, 1993; Troféu Jaburú-Personalidade do Ano 1998/Conselho Estadual de Cultura, Goiânia; Título de Comendadora/UMATI-Universidade do Minho/Portugal, 1997; Troféu Vasco Prado/10ª Jornada Nacional de Literatura. Passo Fundo/RS, 2003; Medalha Imperatriz Leopoldina/HIGSP, março de 2001, e Comenda D. Pedro I/HIGSP, setembro de 2011.
Aposentada pela USP, em 1992, prossegue em atividade, dedicada à pesquisa e análise da Literatura Contemporânea Brasileira e Portuguesa em produção

Algumas opiniões sobre a obra e a personalidade da Profª Nelly Novaes Coelho:

“Dedicada à pesquisa e aos estudos literários, Nelly Novaes Coelho transforma a palavra literária em caminhos de orientação para o encontro eu-outro e a compreensão do ser humano. Do universo poético e ficcional em que atua com uma profícua análise literária, ingressa no plano da formação de alunos, pesquisadores e educadores de todos os níveis. Efetivamente, coloca em prática a sua convicção de que a literatura é instrumento de conhecimento do mundo, do eu e do outro”. (Cleide da Costa e Silva Papes, doutora em Letras pela USP-Universidade de São Paulo)
“Publicada em 1966, O ensino da literatura: sugestões metodológicas para o ensino secundário e normal, de Nelly Novaes Coelho, é obra integrada a um conjunto referencial obrigatório para qualquer estudioso da área de Literatura Infantil e Juvenil Brasileira, bem como para aqueles que se dedicam a questões metodológicas sobre o ensino da Literatura”. (Thiago Alves Valente, doutor em Literatura e Vida Social pela UNESP-Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)
“Nelly Novaes Coelho tem sido ainda a persistente pesquisadora, sempre atenta aos problemas da educação. Seguindo as trilhas do pensador francês Edgar Morim, ela tem consciência da necessidade de uma reforma do pensamento através da educação para responder às questões complexas do mundo contemporâneo”. (Nurimar Maria Falci, mestra em Literatura Portuguesa pela USP).


Postado por Regina Sormani às 11:55  

terça-feira, 14 de maio de 2013

RS: O Tecendo Histórias... no Colégio Marechal Floriano Peixoto

Uma bela tarde no Marechal Floriano Peixoto. Conversa animada entre os  autores de imagem e de texto e turminhas do 2º e do 5º ano.

A Exposição de Ilustrações e Minibiblioteca Itinerante fica na escola até dia 27, para compartilhar.

Obrigada, direção, professores e alunos do Marechal.




Postado por Jacira Fagundes

domingo, 12 de maio de 2013

RJ: Ieda de Oliveira lança o livro "As Cores da Escravidão"

A escritora Ieda de Oliveira e a Editora FTD convidam para o lançamento do livro As Cores da Escravidão.

Será no dia 13 de maio, a partir das 19h na Livraria Blooks.

Endereço: Praia de Botafogo, 316 (Galeria do Cinema Arteplex).

Haverá um bate-papo sobre o livro com o historiador, professor e escritor Joel Rufino dos Santos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

RS: Vice-Versa de maio de 2013

Neste vice-versa, apresentamos dois novos integrantes do quadro de associados da AEILIJ - a escritora Rosane Castro e o ilustrador Vladi Araújo.

Rosane é escritora, arte-educadora e contadora de histórias. Coordenou o espaço "QG dos Pitocos" na Feira do Livro de POA, por quatro anos. É a idealizadora do Seminário de Contadores de Histórias “Ao Pé do Ouvido”, na cidade de Cachoeirinha.

 O infantil “Umas Formigas” é sua estreia na literatura.

Vladi é publicitário e ilustrador. Começou atuando no ramo publicitário e, em 2010, adicionou a suas atividades uma nova paixão – ilustrar livros infantis. Em “Umas Formigas”, divide com Rosane a autoria desta bonita obra.

Vejamos o que esta dupla de profissionais do livro tem a nos contar.



Rosane pergunta. Vladi responde


Rosane - Vladi,  quantos livros você já ilustrou? Como iniciou sua carreira de ilustrador?

Vladi - Ao todo são 13 livros, além de outras publicações para o mercado publicitário.
Minha carreira surgiu aos 5 anos de idade, quando eu tinha um incentivo diário dos meus pais para o desenho, aquilo que até então era a contra-mão de um futuro de qualquer criança; aos 12 anos eu tinha convicção que iria trabalhar com arte. Aos 14 anos trabalhei com ilustração de mapas de cidade em uma editora na qual houve uma realização, uma vez que o trabalho digital com computadores e tecnologia era fascinante para qualquer adolescente. 

Aos 16 anos, comecei a trabalhar em agências de publicidade, aonde por 13 anos tive uma participação direta na criação e construção de obras conhecidas no mercado publicitário. Durante esse período, em paralelo, criei, aos meus 21 anos um Bureau de Ilustração aonde comecei a trabalhar como fornecedor de ilustração e não só como criativo. Esse Bureau foi crescendo até se tornar um divisor de águas e eu montar meu primeiro estúdio de ilustração que levou meu nome até o final de 2012- Vladiaraujo Studio. Em 2010 surge a primeira oportunidade de trabalhar com obras literárias através da editora Nova Castelo, com a ilustração da coleção de livros Cantigas Contadas, uma séria inesquecível para mim e com certeza um dos trabalhos no qual entendi o real significado do meu trabalho naquela época.

Após essa série, surgiram outros trabalhos para outras editoras no qual pude exercer essa nova descoberta do mundo literário, até chegar em 2012 com o convite  da editora Nova Castelo de ilustrar um livro muito especial para mim com uma jóia chamada Rosane Castro, uma parceira incansável na produção desse material, junto da nossa editora-chefe Leila Pereira.  

Rosane - Você utiliza alguma técnica específica para criar suas ilustrações? Fale um pouquinho sobre ela.

Vladi - Sim, o começo é sempre no papel e na concepção desses personagens não em forma e sim em emoção: Que emoção esse personagem terá? Que outras situações esse personagem viveria através do roteiro que me foi passado? O que ele come? Que música ele gostaria? Essas e outras perguntas eu trabalho para montar a personalidade dos meus personagens.

Após isso vem a discussão com a autora sobre esses personagens e sobre esse mundo (contexto) criado para ele: Qual o real significado que  queremos passar com o livro em sua ilustração?
Com isso, busco referências em diversos livros e internet e parto para a confecção dos personagens e cenários, tudo ainda no lápis e no papel.  

Na etapa final, após a aprovação, eu parto para o Digital através do Programa de ilustração Photoshop e Illustrator.  

Rosane - Quais foram os livros que marcaram a sua infância, e como você se relacionava com eles? Lembra das ilustrações? 

Vladi - Me criei em um mundo onde não havia incentivo à leitura. Principalmente na fase infantil, me criei lendo notícias em jornais velhos e lendo livros didáticos da escola. Na adolescência, cultivei o gosto pela leitura de HQs clássicos, como Batman, Superman, entre outros, ainda na adolescência quis adquirir um conhecimento espiritual precoce com leituras de Paulo Coelho e as aventuras de Diário de Mago, O Alquimista, Brida entre outros.

Rosane - A nossa literatura infantil e juvenil é riquíssima. O que você pensa sobre a produção das ilustrações no Brasil?          

Vladi - O Brasil é reconhecido mundialmente como a 3ª maior produção de ilustração no mundo, ficando apenas atrás do Japão e USA, porém isso se dá a uma cultura POP que a menos de 20 anos é cultivada no País e que a cada dia o cenário artístico da ilustração brasileira tem alcançado seu espaço no mundo. O Brasil é moda, o Brasil é tendência, então tudo que é produzido aqui reflete isso com muita personalidade. 

Rosane  - Você está sempre produzindo muitas imagens, para livros ou para publicidade, onde você busca inspiração para as criações?  

Vladi - Minha maior inspiração é sempre a vida, parece um papo default, mas tem uma verdade muito grande nisso, uma vez que o dia-a-dia das pessoas é tão rico e cheio de referências. Como exemplo, uso uma vez em que tinha que criar um personagem para o Livro Tereza. E no meio da discussão dos personagens, eu tinha elaborado uma personagem, loira, bonitinha, toda Europeia, Eis que minha esposa, na época disse: - Eu sempre imaginei que a Terezinha de Jesus era negra, e não branca.

Aquilo foi um divisor de águas no sucesso do livro, gerou um grande re-trabalho, uma vez que tínhamos pré-aprovado algumas páginas e teria que ser refeita, porém essa interpretação de um simples comentário fez com que eu arranjasse um novo grande significado para essa personagem.

Por fim, todo fato gera um significado maior ou menor, todo significado gera uma experiência e toda experiência gera uma emoção. No meu trabalho eu não vendo ilustrações, eu vendo emoções para as pessoas. 


Vladi  pergunta. Rosane responde.

Vladi  -  Rosane, qual a sua inspiração para criar os contextos e ambientes dos seus livros?

Rosane - Minha inspiração vem das observações que pratico no cotidiano. Sou muito observadora e sensível às pessoas, ambientes, objetos, músicas, etc... Tudo pode servir de motivo para que eu escreva uma história. 

Vladi - Fazendo uma análise pedagógica, como você vê o incentivo à leitura de livros impressos, dos pais e da escola diante do surgimento de grandes tecnologias literárias (E-books, tablets app, widgets, etc)? 

Rosane - Acredito que uma não deva isentar a outra. Ambas podem contribuir para a formação do leitor. Tanto o livro impresso, quanto o livro digital, devem ser acessados. Os pais e a escola são fundamentais no acompanhamento e incentivo ao hábito da leitura pelas crianças e jovens. Ler para e com os filhos, propor atividades dinâmicas e criativas sobre o livro literário na escola, pode fazer com que as crianças se interessem pela leitura e sintam prazer ao fazê-la. 

Vladi - Qual o impacto social que você enxerga sobre o fato de nas escolas haver um maior incentivo à leitura e escrita digital do que no padrão impresso e escrito? Isso seria uma evolução natural ou existem perdas e ganhos? 

Rosane - Não tenho certeza se há maior incentivo à escrita e à leitura digital. Visito muitas escolas durante o ano, e na maioria das escolas públicas ainda não é uma realidade a inclusão digital. Mas eu acredito que é um processo natural os alunos utilizarem mais a escrita digital para os trabalhos escolares. A era digital trouxe muitos benefícios para todos os campos profissionais e educativos, mas deve ser utilizada com cautela e com orientação de pais e professores. O que eu tenho observado é que com o uso da internet, a digitação (exigida nos trabalhos) acompanha o pensamento rápido, em contraponto, a escrita é mais demorada. Lembro que quando eu cursava a 4º série do ensino fundamental, eu escrevia no caderno de caligrafia e minha letra era mais bonitinha do que hoje. Acho que fui perdendo essa habilidade em função da digitação. Quanto à leitura, eu ainda prefiro os livros impressos. Adoro segurar nas mãos as histórias. É como se eu as carregasse no colo (risos). O impacto social é um processo que temos que acompanhar, visto que somos parte desse processo.

Vladi - Durante a adaptação da literatura para a contação de histórias, você utiliza outras referências externas para a criação e concepção de personagens e roteiro? 

Rosane - A literatura escrita difere da literatura na oralidade. Na maioria das vezes, eu conto utilizando apenas o recurso da voz. Se o conto é literário autoral, procuro ser fiel ao texto. Quando necessário, mudo uma ou outra palavra para tornar o texto mais audível. Mas se o texto for poético, por exemplo, não tenho como modificar nada, nenhuma vírgula.  Eu prefiro contos populares, recolhidos da literatura oral. Esses contos nos possibilitam uma maior interatividade com a história. De acordo com o contexto da história, o período histórico, os personagens, eu mudo para trazê-lo para uma realidade mais atual. Mas tudo depende da história e do que ela possibilita. Não dá para sair mudando tudo, colocar ou retirar personagens de um texto. O ideal é termos bom senso e responsabilidade com o texto.

Vladi - Para os projetos futuros, tu prevês uma adaptação da tua obra para os meios digitais ou para o meio teatral com uma significância maior?

Rosane - Estou iniciando a minha trajetória como escritora (ainda é tudo muito novo). Um dos motivos que me motivou a enviar meus textos para algumas editoras foi que um deles já estava sendo narrado por uma contadora de histórias em BH. Eu o havia publicado  no meu blog e ainda não tinha pensado em publicá-lo em papel. Foi uma bela surpresa quando ouvi pela primeira vez a minha história e a pessoa ainda não me conhecia. Foi emocionante! Essa mesma história será adaptada para o teatro por um grupo de bonequeiros no Paraná. Espero ver meus textos publicados, lidos, contados, interpretados e porque não em e-books.  Quem sabe, publicamos juntos, Vladi? (É um convite)


Postado por Jacira Fagundes

quarta-feira, 1 de maio de 2013