sexta-feira, 19 de abril de 2019

BR: Vencedores do II Prêmio AEILIJ e chamada para a votação do Livro do Ano


É com imensa satisfação que anunciamos os ganhadores das três categorias do II Prêmio AEILIJ. 
Os jurados tiveram imensa dificuldade em selecionar somente três livros, tamanha a qualidade dos concorrentes finalistas. Depois de várias conversas, ficou definido que nesse ano as borboletas pousariam em "Biruta" (Moderna), de Sônia Barros, "88 histórias: contos e minicontos" (Cortez), de Severino Rodrigues, e "Agora pode chover" (Melhoramentos), de Anna Cunha.
Esse ano tivemos ainda a estréia do selo Hors Concours, uma forma de homenagearmos as obras clássicas, de qualidade indiscutível, que tiveram nova edição com novo projeto gráfico. 
Parabéns a todos!
A cerimônia de premiação ocorrerá em data a ser reservada, na sede da AEILIJ no Rio de Janeiro, quando conheceremos o "Livro do Ano" de 2018.
Agora é com os associados!
Leiam e votem em um dos outorgados, com exceção do ganhador do selo Hors Concours, para receber também o título de "Livro do Ano". Está em jogo todo o conjunto da obra. Temos até o final do mês para a votação! O e-mail, para onde o voto deverá ser encaminhado, está na imagem.
Em tempo: Todos os associados podem votar. Não é necessário estar em dia com a anuidade.

Resenhas dos livros agraciados com o selo da borboleta:


BIRUTA
Texto de Sônia Barros
Moderna – 2018
Resenha de Luiz Antonio Aguiar


“Era uma vez uma galinha... que quase foi parar na panela”. Vivia num galinheiro, foi aos poucos perdendo a visão, até se tornar quase cega, tadinha. Daí, fez-se noite para sempre, para ela. E Biruta não entendia o que estava acontecendo. Tudo se passa num pequeno sítio. Depois de uma ou outra confusão, armada com suas colegas penosas, o dono do galinheiro decidiu seu destino. Frita ou assada, Biruta não passaria daquele domingo. Mas, é aí que entra na história a compaixão de um menino, essa coisa mágica, que ninguém entende direito, mas que todo mundo sabe que existe, e que liga as crianças aos bichos. Nesse momento, Biruta  se transforma numa história de amor. Terna, muito, muito simples, mas por demais tocante. As ilustrações de Odilon Moraes recontam em paralelo essa história, sensível ao fato de que ela tem,  de excepcional, sua singeleza.  A história de Biruta, poderia ser uma, mas foi outra. E isso porque esse encontro, da galinha cega com um menino amoroso, trouxe a luz de volta e, à galinha Biruta, devolveu um mundo  para ela enxergar. Com o coração. 


88 HISTÓRIAS: CONTOS E MINICONTOS
Texto de Severino Rodrigues
Cortez - 2018
Resenha de Leo Cunha


O tênue e impreciso limiar entre a literatura juvenil e a adulta é testado neste livro. Severino Rodrigues desafia o leitor a decifrar seus curtos textos, e em muitos casos, a completar o que ali está apenas sugerido ou aludido. Alguns minicontos se limitam a esboçar, enigmaticamente, um personagem. Outros são flashes de situações tocantes, perturbadoras, ou mesmo cômicas. Eis, por exemplo, o nº 16: "Respeitando as crenças do surfista, o tubarão abocanhou a perna sem a tatuagem de ferradura". Em alguns momentos, a prosa é seca, em outros, poética. Repleto de simbologia e referências a clássicos da literatura e da mitologia, o livro nos convida a múltiplas leituras e interpretações. A questionar, apenas, a estranha opção pela diagramação centralizada.


AGORA PODE CHOVER
Ilustrações de Anna Cunha
Melhoramentos – 2018
Resenha de Marilia Pirillo


No dia de seu aniversário, a menina Tatiana é tomada de saudades e busca em sua volta os sinais da presença do avô. Ela tem algo a lhe dizer, algo que não pode ser dito a tempo, antes dele partir. O avô tinha combinado com a neta que quando ela sentisse sua falta era só olhar pro céu pois ele estaria ali, voando perto dela. Tratar da morte sem tristeza ou lamento, através de um texto inspirador e poético, é o que “Agora pode chover” consegue fazer. Neste livro a delicadeza e a leveza estão em cada palavra do escritor Celso Sisto e em cada uma das lindas imagens que Anna Cunha produziu. Imagens de tons suaves, imprecisas, que conduzem o leitor em um cenário onírico onde, no bater das asas transparentes de um libélula, a menina faz voar suas palavras de saudade. Livre e leve, por fim, a menina Tatiana pode comemorar o seu aniversário com alegria, no mesmo dia que o avô também o faria.


UMA HISTÓRIA PELO MEIO
Texto de Elvira Vigna
Ilustrações de Raquel Matsushita
Positivo - 2018
Resenha de Marilia Pirillo

“Uma história pelo meio” foi publicado em 1982 e, para nossa alegria e deleite, relançado em 2018 numa edição primorosa da Editora Positivo. Nesta incrível obra, ao desconstruir a narrativa linear, começando a história pelo meio e a dividindo em três histórias que aos poucos se entrelaçam, Elvira Vigna, mais uma vez, desconstrói com maestria com alguns padrões da LIJ. Porque, Elvira Vigna, ao escrever para crianças e jovens leitores, nunca subestimou seu público e, tampouco, a sua capacidade leitora. Com uma história aparentemente simples, Elvira toca em temas importantes como respeito ao meio ambiente, equilíbrio ecológico, liberdade e justiça sem, em nenhum momento, ser moralista ou didática. Pelo contrário, Elvira Vigna, respeita tanto seus “pequenos leitores” que os convida e os provoca a reescreverem sua narrativa: costurando fatos, personagens, diferentes pontos de vista e tecendo, a partir deles possíveis desdobramentos, finais e, por que não?, novas narrativas.
As ilustrações de Raquel Matsushita entram na brincadeira também e, fugindo do óbvio, deixam páginas brancas e  lacunas para serem preenchidas pelo olhar e pela imaginação do leitor.

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