NEY MEGALE
1) Fale um pouco sobre o começo do seu trabalho com LIJ.
Minha mais antiga lembrança sobre LIJ, é da minha professora de português do ginásio (hoje ensino fundamental? Eu sempre me atrapalho com isso) lendo para a turma, no final de cada aula, Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. Era a única hora em que a turma ficava realmente quieta e atenta à mestra.
Não havia muitos livros de literatura infantil e juvenil lá em casa, só a coleção incompleta de Monteiro Lobato. Mas o que eu gostava mesmo era das ilustrações, ficava encantado com o desenho do Belmonte e do Le Blanc, passava muito tempo apreciando e tentando copiar, mas nunca ficava igual ao deles, o que me deixava frustrado.
Havia também um livro com as Fábulas de La Fontaine, já bem gasto, ilustrado por Gustave Doré. As ilustrações eram impressionantes. Embora eu não me lembre muito bem das fábulas, das ilustrações eu nunca esqueci. Uma das que eu gostava mais era a que tinha um lobo em uma pequena elevação olhando para um carneirinho abaixo dele. A expressão do lobo era forte, e o carneirinho tinha o jeito de quem tinha sido surpreendido e não conseguiria escapar dessa.
Bom, daí damos um salto no tempo, e eis que sou publicitário. Além do meu trabalho como diretor de arte (diretor de arte, no meu tempo, tinha que saber desenhar), fazia ilustrações para anúncios, folhetos e cartazes. Um belo dia recebi um convite para ilustrar um livro de terror juvenil, depois outros livros infantis vieram. Bem, foi aí que começou o meu trabalho com LIJ.
Uma coisa puxa a outra e, um dia, eu escrevi e ilustrei meu próprio livro, O Mistério dos Narizes Desaparecidos. E vem vindo mais por aí.
2) Três livros seus para quem não te conhece.
1 – O mistério dos narizes desaparecidos (escrevi e ilustrei - Editora Kimera)
É um texto com rimas contando a história, bem-humorada, do concurso do boneco de neve mais bonito, numa cidadezinha lá no cocuruto do mundo.
2 – Contos de Arrepiar (ilustrei - Editora Imperial Novo Milênio)
São vários contos de terror juvenil, de Júlio Emílio Braz. As ilustrações são em preto e branco. O livro ficou bem legal. Também fiz a capa e a diagramação.
3 – Candinha, a fofoqueira (ilustrei - Editora Imperial Novo Milênio)
De Alexandre Azevedo, conta a história, bem engraçada, de uma menina danada
de fofoqueira, mas que tem um bom coração.
3) Quais os seus planos para os próximos cinco anos?
Cinco anos me parecem uma eternidade, mas pretendo continuar criando
histórias divertidas e ilustrar não só as minhas, mas também as de outros
autores. Aprimorar técnicas de ilustração com vários materiais e dar aulas de
desenho.
Mais informações em http://www.neymegale.com.br.