1) Fale um pouco sobre o começo do seu trabalho com LIJ.
Sempre fui apaixonada pelos
livros e pela leitura. Pelas crianças, também. Meu trabalho com literatura
infantil juvenil começou pela música, pois fui educadora musical por muitos
anos. Neste convívio com as crianças nas aulas de musicalização, era comum eu
também ler e contar histórias para introduzir os conceitos musicais, ou mesmo,
utilizar canções e sonoplastias para enriquecer o contexto literário. Foi assim
que comecei a ser “escritora e compositora”, escrever poesias infantis que
depois eram musicadas e viravam canções que cantávamos em nossas aulas. Da
inspiração literária do “Sítio do Pica Pau Amarelo” de Monteiro Lobato à
inspiração musical da “Arca de Noé” de Vinícius de Moraes, este exercício de
escrever poemas que viravam músicas para crianças me acompanhou desde sempre.
Livros, poesias, histórias e canções também fizeram parte da minha vida
familiar e anos depois, com a chegada das minhas filhas, no exercício prazeroso
de ser mãe, de ler e cantar para elas. Durante muitos anos fui colecionando textos
e canções numa gaveta. Fiz poesia e música para as filhas, para as sobrinhas e
um monte mais, para outras crianças. Para bichos, flores, festas e
gentes... Só muito tempo depois, as
meninas já estavam adultas, é que nasceram os primeiros contos infantis e
juvenis, nos livros que foram publicados em 2013 e 2014.
2) Três livros seus para quem não te conhece.
Quando morei na Colômbia, entre
2008 e 2013, trabalhei como voluntária em projetos sociais de uma ONG
Brasileira em Bogotá, chamada Fundação Aquarela, que assiste crianças
portadoras de câncer ou em risco social. Do trabalho que realizei como arte terapeuta, surgiu meu primeiro livro para as crianças, o “História de uma
Aquarela”. O livro bilíngue, português-espanhol, foi publicado em Bogotá em
2013 pela Editora Panamericana. O texto fala sobre as mudanças que acontecem na
vida das pessoas e como elas se sentem ao ter que deixar seu país de origem e
ir para outros lugares. Traz o tema da adaptação a uma nova cultura, o como
lidar com os sentimentos de perda e a questão do trabalho humanitário como meio
de envolvimento social para a superação da saudade. O livro, todo feito em
aquarelas, foi ilustrado por Malu Rodrigues.
Em 2014, de volta ao Brasil,
publiquei “Sobre os Jardins” (Editora Univille), texto poético sobre a vida e
os valores humanos, baseado na metáfora dos elementos de um jardim. O livro,
também ilustrado por Malu Rodrigues, traz a riqueza de conteúdos filosóficos
que as crianças podem experimentar em contato com as flores, plantas, pedras, insetos,
num convite à contemplação e ao diálogo entre imagens e palavras. Borboletas
conduzem o fio da leitura. Paciência e perseverança são algumas das sabedorias
a serem redescobertas nesta prática de observar profundamente, mais que com os
olhos de ver, com os olhos de sentir. O
livro teve sua segunda edição atualizada em 2018.
3) Quais os seus planos para os próximos cinco anos?
Muitos! Quero continuar
mergulhada no universo infantil juvenil. Escrever contos, compor músicas e
poesias para as crianças. Cantar e contar histórias. Ler muito e aprender mais.
No próximo ano pretendo publicar meu livro de poesias e canções infantis, que
está em fase de ilustração. Quero continuar meu projeto de compor trilhas
sonoras para livros infantis e lançar o “Sarauzinho para crianças”, projeto
literário de contação de historias, poesia e músicas interpretadas por
crianças. Nos próximos anos, além de
publicar livros de literatura infantil juvenil, pretendo participar de
concursos. Quero ainda gravar um CD com músicas infantis
de minha autoria e publicar um livro de partituras.
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Foto: Gustavo de Francisco