A 18ª edição do Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens encerrou ontem. Foram 12 dias do maior evento de LIJ do Brasil. Uma festa bonita que atinge a maioridade em meio a uma crise cultural e financeira, mas que mantém-se em pé e reafirma sua importância no cenário literário nacional graças aos esforços e à dedicação da Fundação.
A AEILIJ, que no ano que vem também fará 18 anos de existência, esteve mais uma vez presente no Salão e montou um estande para receber associados, amigos e curiosos. Este ano pudemos contar com a calorosa recepção da querida e simpática professora Miriam Ribeiro. Como dizem por aí, nosso estande “bombou”. O espaço tornou-se um dos mais disputados por autores, editores, professores e visitantes da feira. Crianças se agruparam para ver os profissionais da AEILIJ deixarem seus recados no mural amarelo. Grupos se juntaram para acompanhar a tatuagem do nosso Ninho de Livros, a casinha que nos foi gentilmente cedida pela Satrápia. Filas se formaram no estande para sessões de autógrafos de autores que recém terminavam de se apresentar no Espaço FNLIJ de Leitura.
Fotos, abraços, dicas, apresentações, orientação para a montagem de portfolios, reuniões com editores, encontros emocionados, doações de livros para deficientes visuais... Teve de tudo um muito.
Este ano a AEILIJ expôs parte do trabalho que vem desenvolvendo nos últimos anos. Estavam lá os livros em braille escritos e ilustrados por associados ao longo de anos de parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos. Criamos um álbum com todos os boletins publicados pela Associação desde o primeiro, impresso em setembro de 2003. Nossos anuários com os lançamentos dos associados de 2014 e 2015 eram consultados por quem quisesse. A antologia “Trem de Histórias” (Vem uma nova aí!) também podia ser lida no estande. Penduramos banners com nossos últimos trabalhos sociais: a Blitz Literária, realizada em parceria com a Secretaria de Educação, e o nosso apoio ao projeto Ninho de Livros, da Satrápia. Aliás, nossa casinha amarela foi um sucesso.
Tudo isso mostra um pouco do que é a AEILIJ. O que a Associação representa. Nos últimos dias, tive de responder à duas perguntas feitas tanto em entrevista quanto nos bastidores. Pra que serve a AEILIJ? O que ganho em me associar?
São perguntas pertinentes. A AEILIJ tem três objetivos primordiais. O primeiro é defender os interesses dos associados e da categoria. Foi assim quando nos colocamos contra as alterações na lei de Direitos Autorais, quando ela estava em consulta pública. Foi assim quando fomos à Brasília representar os autores nas discussões a repeito de um gestor público para o conteúdo da internet. Foi assim quando divulgamos cartas abertas e apoiamos outras entidades em assuntos como a interrupção de compras de livros pelo governo e o movimento a favor do autor presente no RS. Foi assim quanto levamos a discussão dos Direitos Autorais para a Unigranrio, FIRJAN e SME-RJ. Isso só para ficar entre as mais recentes.
O segundo objetivo é gerar e participar de campanhas e ações pelo incentivo à leitura, e, com isso, ampliar o alcance e a divulgação do livro de literatura infantil e juvenil, expandindo assim o público leitor. A Blitz Liteária, o Ninho de Livros, as mesas de debates (Discussões AEILIJ), os seminários em Porto Alegre, a parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos e demais esforços da AEILIJ Solidária são algumas das ações com este sentido.
O terceiro objetivo é o acolhimento dos autores. Não devemos confundir isso com a obrigação de divulgação de seus trabalhos. A AEILIJ não fará ninguém famoso. A AEILIJ não agenciará o trabalho de ninguém. A AEILIJ não garantirá o selo de qualidade do autor. A AEILIJ não telefonará ou mandará e-mail pessoal para cada associado para convidá-lo para alguma coisa, a não ser que seja convite específico. Quando houver chamamento para determinada ação, este será provavelmente realizado nas redes sociais. É importante que o associado acompanhe as postagens. O que fazemos é acolher. Mantemos espaços públicos virtuais (página no Facebook, site, blog, lista de discussões...) onde associados se ajudam com dicas e trocas de experiências. Falamos sobre contratos, alertamos sobre maus pagadores, aconselhamos quanto à criação de portfolio, avisamos sobre eventos, apresentamos pessoas, e por aí vai. Claro que, vez ou outra, há a oportunidade do associado mostrar seu trabalho. Embora o objetivo principal seja o acolhimento, há ações de divulgação. Temos a Expo Cores e Formas, o Anuário AEILIJ, novas antologias, o espaço para divulgação de lançamentos no blog, os convites para ações solidárias e, quem sabe (isso não é uma promessa), a possibilidade de participar de editais pagos.
A AEILIJ cobra de seu associado a taxa de ¼ de salário mínimo por ano, com a possibilidade de pagar a metade disso a partir do segundo ano. Tal desconto é por tempo limitado. É pouco para o tanto que fazemos pela categoria. Pense nisso.
Em relação às regionais: Mantemos coordenações regionais no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais, no Paraná, no Rio Grande do Sul, no Nordeste e em Brasília. Esta última foi ocupada nos últimos dias pelo associado Álvaro Modernell. A AEILIJ nacional dá apoio as ações promovidas nos estados, mas não é responsável por gerir essas ações. Para isso há os coordenadores. Entre em contato com a sua coordenação com propostas e se ofereça para trabalhar em conjunto com ele para levar as ideias adiante.
A oportunidade surge quando a gente busca por ela.
Viva a LIJ!
Alexandre de Castro Gomes
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