Olá!
Quando fui convidada a escrever para O Autor e sua Obra, imediatamente me veio o nome de Lygia Bojunga. Pelo seu estilo peculiar de escrever, sua capacidade de provocar emoção nos leitores, seu jeito único de mostrar a realidade nua e crua, misturada à fantasia, a autora me cativou. Li toda a sua obra e presto atenção no mercado literário, ansiando por um livro novo.
Para você, leitor do blog da AEILIJ Paulista conhecer melhor, segue um pouco da vida e da obra dessa grande escritora. Divirta-se!
Lygia Bojunga nasceu em uma fazenda, na cidade de Pelotas, no dia 26 de agosto de 1932. Aos oito anos de idade foi para o Rio de Janeiro onde, em 1951, se tornou atriz numa companhia de teatro que viajava pelo interior do Brasil. A predominância do analfabetismo que presenciou nessas viagens levou-a a fundar uma escola para crianças pobres do interior que dirigiu durante cinco anos. Trabalhou durante muito tempo para o rádio e a televisão, antes de debutar como escritora de livros infantis em 1972.
Num continente que se tornou conhecido por seu realismo mágico e contos fantásticos, a literatura infantil brasileira caracteriza-se por uma acentuada
transgressão dos limites entre a fantasia e a realidade. Lygia Bojunga é uma escritora que perpetuou esta tradição e a tornou perfeita. Para ela, o cotidiano está repleto de magia: onde alfinetes e guarda-chuvas conversam tão naturalmente como os peões e as bolas; onde animais vivem vidas tão variadas e vulneráveis como as pessoas. Imperceptivelmente, o concreto da realidade transforma-se noutra coisa mais fácil de ultrapassar. A tristeza vive com Lygia Bojunga juntamente com a alegria. A morte não é tabu, a desilusão também não, pois, além da próxima esquina, espera a cura. Os textos de Bojunga baseiam-se fortemente na perspectiva da criança.
Ela observa o mundo através dos olhos brincalhões da criança. Aqui é tudo possível: os seus personagens podem fantasiar um cavalo no qual cavalgam a galope, ou desenhar uma porta numa parede, que atravessam no momento seguinte. As fantasias servem, geralmente, para ultrapassar experiências pessoais difíceis.
O realismo mágico e perspicácia psicológica reúnem-se a uma paixão pelo social e pela democracia. Mas, Lygia Bojunga nunca dá sermões, o sério é sempre equilibrado pela brincadeira e o humor.As obras de Ligia Bojunga foram traduzidas para várias línguas, entre as quais: francês, alemão, espanhol, norueguês, sueco, hebraico, italiano, búlgaro, checo e islandês. Recebeu vários prêmios, entre eles, o Prêmio Jabuti (1973), o prestigiado Prêmio Hans Christian Andersen (1982) e o Prêmio da Literatura Rattenfänger (1986).
Obras em português:
Os Colegas – Rio de Janeiro: José Olympio, 1972
Angélica – Ilustrações de Vilma Pasqualini. Rio de Janeiro: Livraria AGIR
Editora, l975
A Bolsa Amarela – Ilustrações de Marie Louise Nery. Rio de Janeiro: Livraria
AGIR Editora, 1976
A Casa da Madrinha – Ilustrações de Regina Yolanda. Rio de Janeiro: AGIR, 1978
Corda Bamba – Ilustrações de Regina Yolanda. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, l979
O Sofá Estampado – Ilustrações e diagramação de Elvira Vigna. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 1980
Tchau – São Paulo, SP: Livraria AGIR Editora, 1984
O Meu Amigo Pintor – Rio de Janeiro: José Olympio,
1987
Nós Três – 1987
O Pintor (teatro) – 1989
Nós Três (teatro) – 1989
Fazendo Ana Paz – Rio de Janeiro, RJ: AGIR, 1991
Paisagem – Rio de Janeiro, RJ: AGIR, 1992
Seis Vezes Lucas – Ilustração da capa, Roger Mello. Ilustrações do miolo, Regina Yolanda. RJ: AGIR, 1995
O Abraço – 1995
Feito à Mão – Rio de Janeiro: AGIR, 1996
A Cama – Rio de Janeiro: AGIR, 1999
O Rio e eu – Ilustrações, Roberto Magalhães. São Paulo, SP, Brasil: Salamandra, 1999
Retratos de Carolina – Rio de Janeiro: Editora Casa Lygia Bojunga Ltda., 2002
Conheça Algumas Capas
Eliana Martins
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