Porque escrevo
Escrevo com incenso e música. Quase sempre. E vou do clássico ao rock, de acordo com o texto. O que estou escrevendo agora tem até trilha sonora completa. Aqui em casa já não aguentam mais...
Cada livro tem a sua história. É a história dentro da história. Legal isso, não é? Às vezes parto de um simples argumento, uma ideia, ou até um personagem, daí vou elaborando a história conforme escrevo. Outras vezes, já começo a escrever sabendo exatamente o que quero contar, com início, meio e fim já definidos. Mas sempre sinto necessidade de planejar o ambiente, as características físicas e psicológicas de cada personagem. E isso pode estar definido só na minha cabeça ou vir por escrito, com mil detalhes e - acredite! - me divirto muito com isso! Mesmo que no fim nada disso apareça para o leitor. E nunca aparece tudo mesmo, porque quando escrevo imagino um mundo inteiro e no papel não dá pra colocar tudo. Senão, o que sobraria pro leitor imaginar?
O certo é que, não importa como começo, sempre preciso parar um pouco depois, me distanciar do texto e deixar o tempo passar, para então voltar e aparar as arestas. E nem aí acho que o texto está pronto. Sempre acho que dá pra melhorar mais um pouco, pra desespero dos editores...
Se em um texto falo do medo, não é com a intenção de acabar com ele, que pra isso existem os analistas e as benzedeiras. Escrevo pra expressar meus pensamentos e levar o leitor a pensar também, a questionar-se sobre o medo e decidir por ele mesmo. Se alguém perdeu algum medo que tinha, favor me contar, porque (só entre nós!) ter medo de elefante até que é útil se estivermos em plena savana e houver um estouro de manada, não é mesmo?
Os personagens são um mundo à parte. E não foram poucas as vezes em que eles me direcionaram, tomando forma e personalidades próprias. Já aconteceu, por exemplo, em um livro que ainda estou finalizando (o tal da trilha sonora), de um personagem não me permitir de jeito nenhum levá-lo pra onde queria, e isso me fez sofrer horrores.
As fadas encantaram a minha infância (e ainda me encantam!). No jardim da minha avó tinha um tipo de orquídea que até hoje não tem jeito de me convencerem de que não são fadas. E quando elas voam então?
Já escrevi muitas histórias, mas nem todas voaram ainda. Me aguardem.
Flávia Côrtes
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