Fevereiro chegou: descanso, carnaval, bons livros.
Que tal um cafezinho para acompanhar a leitura?
Este mês trazemos um microconto da autora e ilustradora Nireuda Longobardi, com direito a ilustração!
Fechem os olhos e sintam no ar este delicioso aroma...
Meu café... Doce lembrança
Nireuda Longobardi
Por um momento observo a fumaça formar espirais.
O cheiro do café é agradável, desperta lembranças. Fecho os olhos e vejo... Eu, ainda criança, na rede, acordo ouvindo uma canção; sinto o aroma delicioso de café, vindo da cozinha. Fico mais um instante deitado, a contemplar aquele agradável momento.
Vou até a cozinha e vejo Mainha cantando, com sua doce e suave voz, enquanto segura a chaleira de água fervida no forno a lenha e, lentamente, passa o café pelo coador de pano. O mesmo café que ajudei a colher, que vi ser torrado e depois pisado no grande pilão. Olhando para minha mãe, peço sua benção.
Mainha diz: “Deus te abençoe, meu filho. Venha cá me dar um beijo” – Smack! – “Agora vá já lavar o rosto e escovar os dentes para tomar seu café da manhã, com tapioca e cuscuz de coco.”
De repente, abro os olhos. Ouço o telefone tocar e percebo que estou de volta ao meu escritório, em pleno coração de São Paulo, na Avenida Paulista.
O aroma do café é o mesmo. Mas o gosto de café com tapioca, aquele ficou na lembrança e não volta mais...
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